O crescimento mental e o amar como ato de significado

Sub a perspectiva do conceito de mindset (mentalidade) e mindscape (paisagem mental), configuram o terreno onde o amar floresce ou definha. Adotar um mindset de crescimento, que valoriza aprendizado e adaptação, transforma o amar em atos de significado que constroem a identidade conjugal como um processo dinâmico, rejeitando a busca por uma unidade essencialista.

O Papel do Mindset de Crescimento no Amar

O mindset de crescimento, inspirado no trabalho de Carol Dweck, e adaptado no contexto da conjugalidade por Ribeiro ao contexto conjugal, é a crença de que habilidades, comportamentos e relacionamentos podem ser desenvolvidos por meio de esforço, aprendizado e reflexão (Ribeiro, 2025). No casamento, esse mindset molda o mindscape — a paisagem mental que define como os cônjuges percebem e praticam o amar. Diferentemente de um mindset fixo, que vê o amar como um estado inato ou imutável, o mindset de crescimento reconhece o amar como condicional, aprendido socialmente e expresso em atos significativos, sustentados por sistemas cerebrais de recompensa, memória e decisão (Bartels & Zeki, 2000; Fisher et al., 2006). Como Ribeiro destaca, “o amar floresce ou seca conforme o terreno mental em que se cultiva” (Ribeiro, 2025). Assim, o crescimento mental é essencial para transformar o amar em um comportamento ético e relacional.

O mindset de crescimento no amar implica:

• Aprendizado Contínuo: Ver desafios como oportunidades para desenvolver habilidades relacionais.

• Adaptação Ética: Ajustar comportamentos em resposta ao cônjuge e ao contexto.

• Significação Ativa: Construir significados compartilhados por meio de gestos, palavras e silêncios.

• Resiliência Relacional: Persistir no amar apesar de imperfeições humanas, reconhecendo sua condicionalidade.

Práticas para Cultivar o Amar com Crescimento Mental

Abaixo, apresentamos cinco práticas cotidianas, enraizadas nas Liturgias do Amar e nos pilares de Ribeiro, que promovem o amar como ato de significado por meio de um mindset de crescimento, fortalecendo a identidade conjugal como um processo vivo:

1. Refletir sobre Aprendizados Relacionais

• Descrição: Dedicar tempo para refletir sobre interações com o cônjuge, identificando lições e oportunidades de crescimento, cultiva um mindset de aprendizado contínuo.

• Liturgia do Amar: Reservar um momento semanal para discutir “O que aprendemos sobre estar amando esta semana?”, focando em progressos e ajustes.

• Pilar de Ribeiro: Mindset e mindscape (reflexão molda a paisagem mental); aprendizado social (o amar é aprendido em interações).

• Benefício: Estimula a memória relacional e reforça a adaptabilidade, sustentando a identidade conjugal.

• Exemplo Prático: No domingo à noite, conversar “Aprendi que ouvir você sem interromper nos aproxima mais”.

• Base Bíblica: Romanos 12:2 – “Transformem-se pela renovação da vossa mente.”

2. Expressar o Amar por Meio de Signos Intencionais

• Descrição: Usar palavras, gestos ou silêncios deliberados para comunicar o amar, reconhecendo seu caráter sígnico, reflete um mindset de crescimento voltado para significação ativa.

• Liturgia do Amar: Criar um ritual diário de expressão, como um elogio específico ou um toque afetuoso, que transmita significado ao cônjuge.

• Pilar de Ribeiro: Linguagem e semiologia (o amar se realiza em signos); atos de significado (gestos criam sentido relacional).

• Benefício: Ativa sistemas de recompensa cerebral, fortalecendo a conexão emocional (Bartels & Zeki, 2000).

• Exemplo Prático: Dizer “Admiro sua paciência hoje” ou dar um abraço longo ao chegar em casa.

• Base Bíblica: 1 Tessalonicenses 5:11 – “Encorajem-se uns aos outros e edifiquem-se mutuamente.”

3. Adaptar o Comportamento com Empatia

• Descrição: Ajustar ações em resposta às necessidades ou emoções do cônjuge, aprendendo com o contexto relacional, promove o amar como comportamento ético e adaptável.

• Liturgia do Amar: Praticar a escuta ativa diariamente, perguntando “Como posso te apoiar hoje?” e ajustando o comportamento com base na resposta.

• Pilar de Ribeiro: Mindset e mindscape (empatia molda o terreno mental); base neurofuncional (decisões empáticas ativam recompensa).

• Benefício: Reforça a reciprocidade e a resiliência, respeitando as individualidades.

• Exemplo Prático: Se o cônjuge está estressado, oferecer “Vou cuidar do jantar para você descansar”.

• Base Bíblica: Filipenses 2:4 – “Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.”

4. Enfrentar Conflitos como Oportunidades de Crescimento

• Descrição: Abordar conflitos com uma mentalidade de aprendizado, buscando soluções colaborativas, transforma tensões em atos de significado que fortalecem o amar.

• Liturgia do Amar: Após um desacordo, realizar um diálogo estruturado, perguntando “O que podemos aprender com isso para estar amando melhor?”.

• Pilar de Ribeiro: Atos de significado (conflitos geram novos sentidos); aprendizado social (resoluções são aprendidas em interação).

• Benefício: Reduz o estresse e promove crescimento mútuo, sustentando a identidade conjugal.

• Exemplo Prático: Após uma discussão, dizer “Aprendi que precisamos planejar melhor as finanças juntos”.

• Base Bíblica: Mateus 5:23-24 – “Reconcilie-se primeiro com seu irmão, e então volte e apresente sua oferta.”

5. Renovar o Compromisso com Intencionalidade

• Descrição: Reafirmar diariamente o compromisso de amar, por meio de rituais conscientes, reflete um mindset de crescimento que vê o amar como escolha contínua.

• Liturgia do Amar: Estabelecer um ritual diário, como uma oração ou frase compartilhada, que simbolize a decisão de amar hoje.

• Pilar de Ribeiro: Mindset e mindscape (o compromisso molda a paisagem mental); atos de significado (rituais renovam o amar).

• Benefício: Consolida memórias emocionais, fortalecendo a identidade conjugal como processo (Fisher et al., 2006).

• Exemplo Prático: Orar juntos ao acordar, dizendo “Senhor, guie-nos para estar amando com sabedoria hoje”.

• Base Bíblica: Eclesiastes 4:12 – “Um cordão de três dobras não se rompe facilmente.”

Impacto na Identidade Conjugal

Adotar um mindset de crescimento transforma o amar em um fluxo de atos de significado, moldando uma identidade conjugal dinâmica e resiliente. Refletir sobre aprendizados e enfrentar conflitos como oportunidades promovem o crescimento mútuo, enquanto expressar o amar por signos e adaptar o comportamento com empatia nutrem a conexão relacional. Renovar o compromisso diário ancora o amar no presente, reconhecendo sua condicionalidade, como Ribeiro afirma: “amar é sempre hoje, amanhã só possibilidade” (Ribeiro, 2023). Sustentadas por sistemas cerebrais de recompensa, memória e decisão (Bartels & Zeki, 2000; Fisher et al., 2006), essas práticas, enraizadas nas Liturgias do Amar, rejeitam a fusão essencialista, celebrando o amar como um comportamento ético aprendido socialmente e expresso em gestos significativos.

Tabela: Práticas para o Amar com Crescimento Mental

Considerações Finais

O crescimento mental, guiado por um mindset de aprendizado e adaptação, transforma o amar em um ato de significado que floresce na paisagem mental do casal. As práticas de refletir, expressar, adaptar, resolver conflitos e renovar o compromisso, enraizadas nas Liturgias do Amar e nos pilares de Frank Ribeiro, tornam o amar um comportamento ético, condicional e contínuo. Como Ribeiro destaca, amar é “flor cultivada entre os espinhos da condição humana” (Ribeiro, 2023). Que os casais abracem essas práticas com intencionalidade, permitindo que o amar se renove diariamente, construindo uma identidade conjugal vibrante, ancorada na fé e no aprendizado mútuo.